À Procura de Deus de A.W.Tozer
À Procura de Deus de A.W.Tozer

À Procura de Deus de A.W.Tozer

Meu primeiro Tozer

Terminei de ler hoje esse pequeno livro do Tozer. Não consigo me lembrar de como ou quando exatamente ele chegou à minha estante, só tenho a vaga memória de que ganhei de alguém – a quem nesse momento estou imensamente grata.

Aiden Wilson Tozer (1897-1963), foi um pastor e escritor norte-americano. Eu já tinha recebido muitas indicações de seus livros e, agora nesse primeiro contato, comprovo que realmente é um autor cristão que merece atenção. Alguns dos seus títulos mais conhecidos são: A vida crucificada, Homem: habitação de Deus, O Conhecimento do Santo e outros.

À Procura de Deus, foi publicado originalmente em 1948 e a edição que eu li data de 1985. Como disse, Samuel M. Zwemer, na introdução do livro, não são sermões, nem são escritos para a Igreja no sentido coletivo, são escritos dirigidos para à alma que tem sede de Deus. Nas palavras do próprio Tozer: uma despretensiosa tentativa de ajudar os filhos de Deus, que estejam desejosos de encontrá-lo.

Tozer, no prefácio, contextualizando suas palavras com o tempo em que ele estava vivendo, diz que eram dias difíceis para os cristãos da sua época. Um contexto que me pareceu muito atual, infelizmente.

“Nesta hora de trevas universais, aparece, animador, um raio de luz: dentro do aprisco do cristianismo conservador, há um número crescente de pessoas cuja vida religiosa se caracteriza por uma profunda fome de Deus. Elas buscam realidades espirituais, e não se satisfazem com meras palavras, nem com corretas “interpretações” da verdade.”

“… não há falta de mestres da Palavra que ensinem corretamente os princípios das doutrinas de Cristo, mas um grande número deles parece satisfeito em lançar os fundamentos da fé, todo ano, estranhamente inconscientes do fato de que em seu próprio ministério falta a presença manifesta do Espírito, e suas vidas não possuem nada de extraordinário.”

A Benção de Não Possuir Nada

Três capítulos me chamaram muito atenção nesse livro, e o primeiro foi o Capítulo 2 “A Benção de Não Possuir Nada”, que inclusive publiquei quase na íntegra aqui no Blog. Esse é um texto forte, potente o suficiente para ser um divisor de águas na vida uma pessoa, para fazer virar aquela chave sabe… Tozer fala sobre a renúncia que todos aqueles que querem seguir a Cristo precisam fazer. Cristo disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á.” (Mateus 16.24,25). E o sentido é literal, não tem metáfora ou figura de linguagem aqui.

Tozer explica que o que Jesus denominou “vida”, é o “ego”, e mais modernamente o que chamamos de “egocentrismo”. Para seguir a Cristo não existe atalho, precisamos renunciar o nosso “eu”, o mundo e qualquer coisa que possa estar ou atrapalhar esse relacionamento eterno: entre criatura e Criador. Ele explica que nosso apego possessivo as coisas e as pessoas nos denunciam. Como gostamos por exemplo de falar as palavras “meu” e “minha”, gostamos de possuir as coisas, porém, para ir a Jesus precisamos entregar tudo a Deus e a assim pertencer somente a Ele.

A Onipresença de Deus

O capítulo 5 “A Onipresença de Deus”, também me chamou muito atenção. Deus está aqui, essa é a afirmação central desse capítulo e a maneira como o Tozer destrincha isso é maravilhosa. Deixo alguns trechos:

“Deus transcende a todas as suas obras, ao mesmo tempo que permanece presente dentro delas.”

“Mas ele somente se manifesta quando temos consciência de sua presença.”

“Ele está mais perto de nós que nossa própria alma; mais em nosso interior que nossos mais secretos pensamentos.”

A Voz do Verbo

E um último capítulo que eu gostaria de comentar é o 6 “A Voz do Verbo”. Deus fala, é sobre isso que ele escreveu aqui, porém, de uma maneira politicamente incorreta para muitos círculos cristãos evangélicos. Leia esse trecho para entender sobre o que eu falo: “A Bíblia é a Palavra escrita de Deus; e, por haver sido escrita, está confinada e limitada pelas necessidades da tinta, do papel e do couro. A voz de Deus, entretanto, é viva e livre como o próprio Deus.”

O livro todo tem um tom crítico, o autor está criticando os cristãos e principalmente os líderes cristãos do século XX, no que diz respeito a prática do cristianismo. Em todo o livro encontramos trechos em que o autor deixa claro isso: que não adianta saber falar das doutrinas, é necessário viver as doutrinas, que não adianta falar sobre Deus, é necessário conhecer a Deus. O foco do Tozer é que a fé cristã precisa ser uma experiência pessoal e individual para ser verdadeira.

Nesse capítulo ele novamente tece essa mesma crítica, afirmando que estava vivendo em uma era secular, em que os cristãos estavam acostumados a pensar mais como cientistas e não como adoradores (imagina nós cristãos do século XXI?).

Foi meu primeiro Tozer e fiquei realmente espantada com a atualidade do texto. Recomendo para todos aqueles que tem se sentido incomodados com essa era cristã do século XXI, essas páginas lhe oferecerão alívio e esperança.

Livro: À Procura de Deus (The Pursuit of God, 1948)
Autor: A.W.Tozer
Editora: Betânia, 1985
Páginas: 96
Compre: Amazon
★★★★★

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