Um mediador entre nós
Um mediador entre nós

Um mediador entre nós

“Deus não é ser humano, como eu; não posso discutir com ele nem levá-lo ao tribunal. Se ao menos houvesse um mediador entre nós, alguém que nos aproximasse um do outro! [impusesse as mãos sobre nós dois]. Ele afastaria de mim o castigo de Deus, e eu já não viveria aterrorizado. Então falaria com ele sem medo, mas, sozinho, não consigo fazê-lo.” (Jó 9:32-35)

Me sinto uma espectadora lendo o livro de Jó. De um lado, vejo um homem fragilizado, nas cinzas, com chagas enormes cobrindo todo o seu corpo, Jó. Do outro, vejo três homens, Elifaz, Bildade e Zofar, que vieram de muito longe para consolar o amigo doente que fora alvo de misérias tais que quando o veem a princípio não o reconhecem, e a única coisa que conseguem fazer é uma aproximação silenciosa; a compaixão toma conta de seus corações, estão ali para o consolar como puderem. Mas algo muda logo que Jó rompe o silêncio em um lamento amargurado amaldiçoando sem reservas o dia do seu nascimento: Seus amigos ficam insensíveis, indignados; e um por um, proferem seu sermão de acusação a Jó. E eu lá, observando tudo.

É um livro que leio sempre com muita atenção, pois os discursos podem nos enganar. Apesar das palavras amargas de Jó contra Deus, é no próprio livro em questão que encontramos a declaração “…em tudo isso Jó não pecou” [1]. E por mais que pareçam sábias – e o são – as palavras dos três amigos, o testemunho de Deus sobre elas é que Ele não gostou muito:

“Depois que o Senhor terminou de falar com Jó, disse a Elifaz, de Temã: “Estou muito irado com você e com seus dois amigos, pois não falaram o que é certo a meu respeito,…” [2]

Mas vamos aos versos iniciais que são o motivo para eu estar escrevendo aqui. São as últimas palavras de Jó em sua primeira resposta inflamada à Bildade e logo antes de fazer uma longa queixa a Deus.

O que me chama atenção, é a precisão de Jó em explicar a necessidade humana de uma mediação, entre ele e seu Criador. Vejamos:

“Deus não é ser humano como eu” a nossa tendência natural é imaginar Deus, o Todo Poderoso, Criador dos céus e da terra e tudo o que nela há – as coisas visíveis e invisíveis -, como um ser fraco como nós: que chora, que ri, que volta atrás, que se cansa, que falha as vezes… gostamos de humanizar Deus. Mas a verdade é outra e sabemos. Deus, o Iahweh, não foi criado, não nasceu de ninguém, não morre, é imortal, é perfeito, é infinito; não está sujeito a nada, mas governa tudo; permanecendo bom mesmo sendo implacável em tudo o que faz… Jó estava certo em dizer:

“não podemos discutir com ele nem levá-lo ao tribunal” estamos todos, ricos e pobres, grandes e pequenos; nas palmas de suas mãos e quem poderá questionar alguma coisa com Ele. Seus pensamentos e caminhos são infinitamente maiores que os nossos [3], como poderemos tratar algum assunto em seus termos, ou sequer apresentar os nossos? Como lidar com aquele que enche toda a terra com a sua Glória? [4]

“Se ao menos houvesse um mediador entre nós” Jó procura uma maneira de apresentar sua causa a Deus e não encontra. Sinto o seu desespero. Sua alma desejava alguém que pudesse ir a Deus por ele, alguém que realmente conhecesse sua causa e se compadecesse dela, alguém que sentisse o que ele estava sentindo. Tinha que ser alguém mais íntimo que seus amigos que não estavam se compadecendo e nem compreendendo nada do que se passava. Tinha que ser alguém que estivesse perto do seu coração. Mas, tinha que ser ao mesmo tempo, alguém que estivesse intimamente ligado ao próprio Deus. Tinha que ser um homem-Deus, um Deus-homem.

“alguém que nos aproximasse um do outro! [impusesse as mãos sobre nós dois]” Aqui está a imagem perfeita! Tinha que ser alguém que conseguisse fazer essa impossível aproximação entre criatura e Criador. Que impusesse suas mãos ao mesmo tempo sobre o homem e Deus. Um mediador, um príncipe da Paz.

“Ele afastaria de mim o castigo de Deus, e eu já não viveria aterrorizado.” Sim, é exatamente isso. Jó clama e estamos todos com ele nesse clamor. Se houvesse um mediador, eu já não veria o castigo e viveria sem medo. Se houvesse um mediador eu seria livre!

“Então falaria com ele sem medo, mas, sozinho, não consigo fazê-lo.” Se houvesse um mediador eu poderia falar com Iahweh sem medo, eu poderia ir a Ele… mas sozinho eu não consigo. Precisamos repetir isso muitas vezes para compreender: Sozinho eu não consigo, sozinho eu não consigo, sozinho eu não consigooooo.

Precisamos de Jesus, o Filho de Deus. Ele é o Mediador. O Deus-Homem, o Homem-Deus. Aquele que sofreu as nossas dores, foi afligido em carne humana. Mas, Aquele que também É, antes da formação da terra; que tem sob o seu controle cada molécula desse planeta. O Juiz que tem o poder de perdoar pecados. O Rei.

Todavia, o que mais se vê em nossos dias, e cada vez mais entre aqueles ditos religiosos, é a tentativa de impulsionar os homens a irem a Deus sozinhos, sem Jesus, sem o Cristo. Loucura! O que mais se vê é o nome de Deus sendo invocado sem a menção por menor que seja do mediador escolhido por Ele mesmo.

O mundo com muita relutância tolera que o nome de Deus seja citado, mas é muito insuportável aos seus ouvidos o nome de Jesus. Não reconhecem o Mediador, sem o qual jamais poderão se achegar a Deus.

Mas saibam: Todos aqueles que como Jó clamam por ir até a Iahweh precisam de Jesus, Ele é o mediador entre nós.

[1] Jó 1:22 NVT
[2] Jó 42:7 NVT
[3] Isaías 55:8,9 NVT
[4] Isaías 6:3 NVT


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