Realidades da Vida Adulta: o custo do mundo virtual
Realidades da Vida Adulta: o custo do mundo virtual

Realidades da Vida Adulta: o custo do mundo virtual

Passou um tempo desde meu primeiro post dessa série. Não vou me desculpar – só vou escrever o segundo, o terceiro, o quarto… e seguir. Na verdade, faz tempo que venho ensaiando (rascunhando) um post sobre esse assunto. Aqui no blog você até encontra outros textos que nasceram desses rascunhos, dessas inquietações que sempre me ocorrem. >> Saí das redes sociais, As Redes Sociais e a Armadilha da Vida Perfeita e A Guerra dos Espetáculos de Tony Reinke.

Mas o que quero tratar aqui hoje é, mais uma vez, uma inquietação sobre toda essa coisa do mundo virtual. Tem um livro que li há algum tempo que traz uma citação que me marcou profundamente:

Arriscamo-nos a ser o primeiro povo na história capaz de tornar suas ilusões tão vívidas, tão persuasivas, tão ‘realistas’, ao ponto de podermos viver dentro delas. Somos o povo mais iludido da terra. Contudo, não nos atrevemos a nos desiludir, pois nossas ilusões são o próprio lar em que vivemos; são nossas notícias, nossos heróis, nossas aventuras, nossas formas de arte, nossa própria experiência. (Daniel Boorstin 1914-2004)

Viver de ilusões. Isso tem um custo, gente. E um custo alto. Desde que saí das redes sociais, me sinto aquela pessoa que ficou sóbria em meio a um bando de gente bêbada. Não estou dizendo que meu tempo de celular não é um desafio para mim, ou que estou passando ilesa por essa era digital. Longe disso.

O ponto é: mesmo longe das redes – Instagram, Facebook, Twitter X… – essa era digital me incomoda. O mundo virtual que corrói o real me incomoda.

Qual é o custo do mundo virtual?

Lembrando que escrevo segundo o que eu penso sobre o assunto; vou responder em termos mais gerais e amplos.

A diminuição da inteligência

Sim, já estamos pagando esse preço. A superficialidade reina. A atenção está fragmentada. Há linhas de estudo que já têm décadas sem avanços significativos. O pensamento profundo virou artigo raro. A capacidade de ler, refletir, interpretar, argumentar – tudo isso está em declínio. E isso não é exagero.

A diminuição da vida adulta

Ninguém quer ser adulto mais. Crescer. Assumir responsabilidades. Ir lá e fazer. Não desistir. Persistir. Trabalhar duro.

Pois é…. Ninguém está querendo ser adulto mais. E não é só impressão minha. Em 2018 foi publicado na revista científica “Lancet Child & Adolescent Health”, um estudo que propõe uma redefinição da adolescência, estendendo-a até os 24 anos de idade – vinte e quatro!, em vez dos tradicionais 19 anos.

Vivemos numa cultura que glorifica a juventude eterna, que foge da dor como se ela fosse um erro, e que busca prazer imediato como se fosse um direito. E essa cultura está nos infantilizando. Está nos ensinando a evitar o peso da vida real – o compromisso, o esforço, o sacrifício.

A era digital tem tudo a ver com isso. Ela nos oferece atalhos, recompensas instantâneas, distrações constantes.

Mas crescer exige presença. Exige foco. Exige tempo real de vida real. E tempo é justamente o que o mundo virtual nos rouba.

A diminuição da própria vida

Você já ouviu o termo “pessoas de alma pequena”? O ser humano foi criado por Deus de maneira maravilhosa para vivenciar esse mundo – explorar, experimentar, sentir.

Deus não criou um mundo virtual. Nem avatares para viver nele. Deus criou um mundo real, visceral. E seres humanos reais, de carne e osso. Pense bem: será que estamos vivendo nossas vidas por uma tela? Não faça isso com sua vida. “Não desperdice sua vida.” Viva o mundo visceral, a realidade de carne e osso que você foi criado para viver. Não adie. Não terceirize. Não experimente sua vida por uma tela.

Como relatei aqui, o custo do mundo virtual pode ser a sua própria vida. E quero te dizer, não vale a pena.

Espero ver cada vez mais iniciativas e conscientizações por uma vida mais real, sem telas. Olho no Olho. Sorriso por sorriso. Lágrimas no ombro amigo.

Que seja assim, Senhor.
Ensina-nos a viver com sabedoria nesse tempo.
Amém!

______________

* Imagens Pinterest
* Revista Veja jan/2018: Adolescência agora vai até os 24 anos, diz estudo - https://veja.abril.com.br/ciencia/adolescencia-agora-vai-ate-os-24-anos-diz-estudo

Descubra mais sobre CAFÉ FÉ E LIVROS

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre CAFÉ FÉ E LIVROS

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading