“A história de Jesus não é a história de um homem bom. É a história de um Reivindicador do Trono.” (p. 49)
“Quando você começa a entender que Jesus é realmente Deus e que ele tem um relacionamento singular e exclusivo com Deus, o Pai, também começa a entender que, se quer conhecer o Deus que o criou, então precisa conhecer a Jesus. Não há nenhuma outra maneira.” – Trip Lee (p.16)
Revelando a Identidade do Salvador
Tomás de Kempis em Imitação de Cristo disse: “A doutrina de Cristo excede todas as doutrinas dos santos, e quem tem o Espírito encontrará nela um maná escondido. Acontece, porém, que muitos dos que ouvem o evangelho sentem pouca afeição por ele, porque não têm o Espírito de Cristo.”[1] Lembro-me perfeitamente quando em 2016 decidi que me dedicaria em minhas leituras e estudos teológicos na pessoa de Jesus Cristo. Que eu não me deteria tanto sobre a Escatologia ou qualquer outro assunto ou doutrina mais do que me dedicaria a conhecer Jesus. De lá para cá essa minha resolução não mudou. Continuo focando na leitura das Escrituras e procurando ler e estudar cada vez mais sobre Jesus Cristo. Para mim Ele é a chave para compreender tudo e todo o resto.
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Foi o que me motivou a ler o livro do Greg Gilbert, “Quem é Jesus Cristo?”, publicado em 2015. O volume faz parte de uma série chamada 9 Marcas.
O livro é focado na grande questão da identidade de Jesus. Quem é Jesus Cristo? Ele foi simplesmente um homem extraordinário? O que realmente eu penso sobre ele? Eu já li outro livro focado na identidade de Jesus, foi o Who Is Jesus? do Sproul – também muito bom -, porém esse livro do Greg se diferencia pela proposta de tentar conhecer Jesus da mesma maneira como alguém naquela época da Encarnação o conheceu. Então, o autor nos transporta para as margens do Rio Jordão e nos faz ver João Batista um pouco resistente, batizando Jesus naquelas águas. Greg, nos coloca dentro do barco junto com os discípulos no meio da terrível tempestade e olhamos para aquele que até o vento e o mar lhe obedeciam. Sim, Jesus foi uma pessoa extraordinária. Ele se comportava e fazia coisas incomuns, mas não era só isso. Jesus afirmou que era Deus, e todas as pessoas que ouviram falar desse homem naquela época precisaram lidar com esse fato. E hoje não é diferente.
“Jesus foi uma pessoa extraordinária. Ele fez e disse coisas que pessoas comuns não dizem, nem fazem. Além disso, as coisas que Jesus disse não eram apenas provérbios inteligentes ou conceitos éticos valiosos. Não eram conselhos a respeito de como viver melhor no mundo. Não, Jesus disse coisas como ‘Eu e o Pai (referindo-se a Deus) somos um’ e ‘Quem me vê a mim, vê o Pai’. E talvez a mais chocante de todas: ‘Ninguém vem ao Pai, senão por mim’. (p.22)
O capítulo 3 (Rei de Israel, Rei dos reis), foi um dos capítulos que eu mais gostei. Greg começa nesse ponto a traduzir a simbologia em torno do Batismo de Jesus nas águas, algo que ele continua ampliando nos capítulos seguintes, lançando luz também sobre o grande evento após o Batismo, a Tentação de Jesus. A interpretação que o autor trouxe sobre esses dois grandes eventos da vida de Cristo, só por isso, já me valeu a leitura do livro. Para mim foi muito relevante, ampliou demais a minha visão. Nesse capítulo o autor ainda traz uma explicação detalhada sobre o termo “Filho de Deus” e um resumo bem interessante sobre a história do Trono/Monarquia de Israel.
Quem é Jesus Cristo? é um livro muito bom. Greg, realmente cumpre com a sua proposta e objetivo colocado no início para o leitor: de apresentar a pessoa de Jesus Cristo a partir da perspectiva dos primeiros cristãos ou as testemunhas oculares. Ele apresenta o Jesus, Filho de Deus, Rei de Israel, Rei dos Reis, o Salvador e única Esperança de Salvação e Ressurreição para os homens. É um livro excelente para presentear não cristãos ou novos convertidos, portanto pode-se dizer que é um livro introdutório. Porém, digo que não é raso, sendo uma proveitosa leitura mesmo para aqueles que já são mais experientes na fé.
O único ponto que não gostei tanto assim no livro foi quando já no último capítulo (Uma palavra final: Quem você diz que Ele é?) o autor se propõe a dizer de maneira prática o que uma pessoa deve fazer para se tornar um cristão, ele diz: “… você precisa saber que se tornar um cristão não é uma coisa difícil. Não há rituais a serem realizados, nem palavras específicas a serem proferidas, nem obras a serem feitas.” (p. 165) Eu (acho que) entendo que ele quer dizer que para ir até Jesus você precisa apenas crer Nele, porém o que significa crer? Crer em Jesus é se arrepender dos seus pecados (isso é abandonar os seus pecados) e ser batizado nas águas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, crer em Jesus é confessar com a sua boca que Ele é o Filho do Deus Vivo, crer em Jesus é praticar obras de justiça… Então o que é isso que não precisa de rituais ou palavras ou obras? O nome “igreja” então nem apareceu no capítulo, o autor não mencionou nada a respeito do procurar uma comunidade de fé, pertencer a uma igreja, enfim. Para mim foi um pouco decepcionante nesse ponto. O livro vinha ótimo, mas nesse último capítulo deu uma deslizada – feia.
Contudo, recomendo o livro. Fiquei interessada em outros volumes da série e com certeza em outros títulos do Greg Gilbert.
[1] Tomás de Kempis – Imitação de Cristo, 1471/1472. Tradução de Antivan Guimarães. Mundo Cristão, 2017.
Quem é Jesus Cristo?
Autor: Greg Gilbert
Primeira publicação: 2015
Tradução: Francisco Wellington Ferreira
Editora Fiel, 2015
Páginas: 170
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★★★★☆
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Maravilha, amém