Olá a todos. Estou com um pouco de dificuldade de atualizar o blog esse ano. Mas as leituras seguem e com elas o blog também seguirá. Terminei de ler na sexta-feira passada o grande clássico da literatura alemã Os sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, publicado em 1774.
Já em minha fase de leitora adulta ouvi falar muito desse livro, mas sinceramente nunca me senti atraída por ele. Nem por saber que era de um autor tão celebrado como o Goethe. Nem por saber da onda sombria de suicídios que esse livro tenha supostamente causado na época. Foi essa edição linda (mesmo em formato ebook) da Editora Antofágica que conseguiu chamar minha atenção e me fazer começar a ler as cartas do jovem Werther em dezembro do ano passado. Uma empreitada frustrada, pois apesar de estar gostando, acabei por abandonar a leitura. Voltando agora em abril por um bom e excelente motivo: descobri a grande importância desse romance para o Romantismo Europeu.
Eu tenho lido muitos livros da literatura brasileira da fase do Romantismo. Esse importante movimento artístico do século 19 me interessa por vários motivos e cada vez mais tenho percebido o valor da nossa literatura dessa época. A partir dessas leituras fui pesquisar sobre as obras e autores importantes para o romantismo europeu, e me deparei com essa obra. Os sofrimentos do Jovem Werther em 1774 lança na verdade as bases do sentimentalismo romântico, do escapismo etc.
Eu li a obra com o olhar de quem procurava entender mais sobre o romantismo. Eu procurava ali os fundamentos da coisa, e eu os encontrei com sucesso. Nesse sentido minha experiência de leitura foi muito boa. Quanto a escrita, a literatura em si, o que posso dizer é que é sempre um grande prazer ler uma boa literatura, e clássicos como esse sempre entregam isso, uma boa literatura. Há muita profundidade na obra, questões de reflexão universais, mas nem por isso se trata de algo difícil de acessar, pelo contrário, é simples, até posso dizer que fácil de ler. A leitura de livros como esse, digo os clássicos, como disse uma vez a querida da Claire Scorzi: sempre recompensam. E olha, é por isso que estou cada vez mais propensa na literatura a me afastar do contemporâneo – não que em algum momento eu tenha sido muito fã. Sem me alongar muito aqui, a realidade é a seguinte: temos pouco tempo para ler algo que não recompensa tempo e esforço.
Voltando para o livro… Quanto ao personagem principal e o enredo da obra, confesso que eu não gostaria de ter alguém como Werther como amigo; porém, gostaria muito de ter uma conversa séria com a tal Lotte, pois para mim ela tem muita culpa no cartório na situação. E gente, falando do enredo, tirando o começo e o final, a coisa toda é bem chata, é.
Em suma, minha opinião sobre o livro é que com certeza eu preciso o reler. Uma porque a obra merece uma releitura (como eu disse ela recompensa) e outra porque talvez esse momento da minha vida não tenha sido o melhor para ler a obra. Quero voltar a ele sem essas lentes de quem procurava alguma coisa. Acredito que aproveitarei mais. E você, já leu esse livro?
+INFO Livro: Os Sofrimentos do Jovem Werther, 1774 | Autor: Johann Wolfgang von Goethe | Tradução: Claudia Dornbusch | Editora Antofágica, 2020 | Páginas: 258 | Amazon | ★★★★★
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Tenho tentado acarbar de ler de Goethe Fausto, conheço o cerne da trama, mas a escrita em poema e cheia de simbolismos torna muito a compreensão do texto em pormenor de forma que nunca conclui.
Contudo este pelo que me apercebi será uma obra em prosa, talvez por isso mais fácil de eu ler.
Oi Carlos! Desculpe a demora para responder seu comentário. Fiquei muitos dias sem acessar o Blog. Tenho vontade de ler Fausto também, mas não sei se já consigo me arriscar numa obra dessa. Abs!
Oi Kelly!
Esse livro nunca me chamou muito a atenção, sabendo sobre o que se trata sempre me considerei sem paciência para ele, depois de ver o que Theodore Dalrymple fala a respeito no Podres de Mimados meu interesse, que beirava o nulo, se tornou uma quase aversão, então não acho que chegarei e lê-lo em algum momento
Acho que você deveria ler. Acho também que você vai passar raiva como eu passei. Mas é Goethe meu amigo, vale a pena, pode confiaar. (Tem um comentário sobre mau humor que vale o livro, fica um incentivo.)