O melhor todos os dias

Estou sumida daqui, mas ainda estou aqui viu. Escrever faz parte de mim, então esse espaço nunca está ameaçado. Tive um tempinho agora e estava escrevendo no meu diário (sim, mantenho desde 7 anos) sobre a falsa sensação de controle que o ser humano tem…

Olha para vocês verem como são as coisas. Surgiram algumas boas novidades em minha vida, coisas que eu não estava esperando (não sentimentais tá rsrs). E como eu não estava esperando eu não estava preparada para elas. Como agir? Como encaixar novas tarefas na rotina? Como reagir ao novo e a novas pessoas? Veja bem eu não imaginava que essas novidades chegariam em minha vida, mas elas chegaram – tudo fora do meu controle.

Fiquei meio confusa, me fazendo essas perguntas que escrevi acima. Ai ajoelhei na beirada da minha cama e comecei uma oração pedindo por orientação, mas fui interrompida por um súbito entendimento: o que eu estava querendo (e até orando) era o controle. Eu queria controlar toda situação, saber todos os detalhes, como tudo iria acontecer, e se possível me antecipar a tudo, porque eu não gosto de errar, não posso ficar desprevenida… Em resumo, gosto do controle e detesto perdê-lo.

Então, me levantei daquela oração com a decisão tomada: vou confiar no Senhor. Tudo vai dar certo, as coisas vão acontecer como devem acontecer. Decidi abrir mão da falsa sensação de controle que nós seremos humanos insistimos em ter.

Nós não controlamos nada. Nós não controlamos nada. Nós não controlamos nada. Nós não podemos controlar nada. Nós não podemos controlar nada. Nós não podemos controlar nada. Nem o dia que nascemos. Nem a família que nascemos. Nem o país que nascemos. Nem a altura, as características inatas… Nem os encontros e desencontros da vida. A doença. A morte. As primeiras coisas e as últimas, não podemos controlar nada. Tudo o que temos então é uma falsa sensação de controle.

Por isso, naquele dia pós oração dei meu grito interno de liberdade. Pensei: vou ficar tranquila, não tem como controlar tudo, ou melhor, não tem como controlar nada. O que posso fazer é dar o meu melhor todos os dias. Sem medo, sem controle, só o meu melhor todos os dias.

Fica em paz! 

Imagem: Child with Grapes (1884) by Antonio Rotta (Italian, 1828-1903)