Reflexões de uma Leitora Cristã - Resenhas de Livros, Literatura, Teologia e Devoção
O Buraco da Agulha de Ken Follett
O Buraco da Agulha de Ken Follett

O Buraco da Agulha de Ken Follett

“Na guerra, os meninos viram homens, os homens viram soldados e os soldados são promovidos.”

Quando li As Espiãs do Dia D, do mesmo autor, achei ele bem aquém do esperado e imaginei se Um Lugar Chamado Liberdade não teria sido um golpe de sorte, mas aqui vi que não.

Este foi o livro que lançou o autor no meio literário, nessa edição, comemorativa de 40 anos de publicação, traz uma introdução escrita pelo autor onde ele diz que quando concluiu o livro pensou ter escrito algo bom o suficiente para pagar a hipoteca por pelo menos 2 anos, ficou muito feliz por terem se passado 40 anos e ele ainda receber por esse livro, merecidamente, porque é muito bom!

Aqui conhecemos três núcleos de personagens: Faber, também conhecido como Agulha, um espião de Hitler, Percival e sua equipe policial, que está caçando o Agulha pois ele tem informações que podem fazer os aliados perderem a guerra, e David e Lucy, também conhecidos como melhor núcleo desse livro. David é um piloto que sonha em ser herói de guerra mas um acidente logo depois do casamento com Lucy acaba fazendo com que perca ambas as pernas, a partir daí ele se torna uma pessoa extremamente amargurada, mas meio que para suprir a falta de trabalho efetivo na guerra o casal é mandado para a Ilha da Tempestade (ou Ilha da Tormenta, não lembro direito) para cuidar de um farol, essa ilha também fica em um ponto estratégico então ele poderia avisar ao exército aliado se navios alemães passassem por aquela região.

Devo admitir que tenho um fraco para histórias com faróis desde que li A Luz Entre Oceanos, e nesse sentido o livro me fez lembrar bastante a história, isso e o fato de a mulher se chamar Lucy, que é o nome da criança de A Luz Entre Oceanos, além do fato de que a forma como a história de um outro núcleo se cruza com esse é também parecida com um acontecimento de outro livro.

De forma geral, o livro é extremamente cativante, admito que não estava dando muita trela para a guerra em si, estava mais interessado nos dramas dos personagens e torcendo para que Lucy se desse bem, ainda mais depois de algumas burradas que ela faz, que apesar de compreensíveis não tiram dela a responsabilidade do erro, desde o início Lucy e seu marido, e mais tarde o pequeno Jo, foram meu núcleo favorito na história, e fiquei muito feliz quando eles se tornaram, efetivamente, os protagonistas do livro, em especial ela.

A história é incrivelmente fluida e o autor cria seus personagens com tanta maestria que nem parece ser o mesmo cara que escreveu As Espiãs do dia D, no terceiro ato a história fica tão frenética que não conseguimos mais soltar o livro até que tudo se resolva, e o final me lembrou um pouco a angústia que tive ao ler Cujo, do King. Não exatamente o final, mas próximo dele, a tensão envolvendo mãe e filho, e especial.

Uma história envolvente, um drama comovente e um suspense arrebatador, claro que, como disse quando falei sobre Um Lugar Chamado Liberdade, o autor tem certo apreço por cenas… proibidas para menores. Felizmente não são muitas e não é nada gratuito (neste caso), tem um porquê narrativo para tais cenas.

*Publicado originalmente em 08/01/2020, no Hiattos.

O Buraco da Agulha
Autor: Ken Follett
Editora: Arqueiro
Páginas: 334
Compre: Amazon
★★★★☆


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