Reflexões de uma Leitora Cristã - Resenhas de Livros, Literatura, Teologia e Devoção
Grandes Mulheres da Reforma de James I. Good
Grandes Mulheres da Reforma de James I. Good

Grandes Mulheres da Reforma de James I. Good

“Assim como, na obra da Criação, Deus demonstra a sua sabedoria, poder, soberania e glória na grande variedade de seres, objetos, cores, formas, texturas e sabores que criou, é surpreendente observar a diversidade na escolha e na preparação dessas mulheres: donas de casa e rainhas, solteiras e casadas, ricas e pobres, cultas e iletradas, ousadas e tímidas. Entretanto, todas cumpriram o papel para o qual Deus as designou, fosse à frente de um exército ou no recôndito de seus lares. Todas ajudaram a transformar o mundo religioso da época com suas vidas, atos e escritos, tanto no palácio, quanto na masmorra ou mesmo na cozinha.”

Numa só leitura, encontrei-me com vários dos meus interesses, alguns dos fios que tenho perseguido nos últimos anos: o cristianismo, a feminilidade bíblica, a reforma protestante, a narrativa biográfica…

Grandes Mulheres da Reforma foi uma leitura muito interessante. O prefácio da obra original data em 1901, assinado pelo autor, o ministro e historiador americano James Isaac Good. A proposta dele foi tornar conhecida a história dessas mulheres que, cada uma a seu modo, foram tão importantes para a história da igreja reformada.

São ao todo quatorze breves relatos (nessa edição) das histórias dessas mulheres que viveram no século XVI em diferentes países e contextos da Europa. O que dá ao leitor não só os relatos em si, mas uma dimensão mais humana, mais palpável do que foi a Reforma Protestante; de como tudo o que aconteceu naquela época mudou a vida das pessoas.

Como soprado no trecho citado acima, é impossível quanto cristão, deixar de glorificar a Deus pela sua Soberania e tamanha Graça manifesta na vida dos seus servos ao longo da história. Anna Reinhard, Idelette D´Bures, Margaret Blaarer, Margaret de Navarra, Phillipine De Luns, Renée de Este, Olympia Morata, Katharina Von Bora… são mulheres que viveram vidas tão diferentes e distante de nós, que foi emocionante os momentos que pude me identificar com elas, seja pelos conflitos, seja pela fraqueza física e emocional, seja por ser tomada de compaixão dos muitos sofrimentos que elas passaram. Faço das palavras de Layse Anglanda minhas palavras, sobre o sofrimento delas ela diz assim: “A grande maioria de nossos sofrimentos – mesmo de nossas tragédias pessoais – são tão menores que deveríamos ‘corar de vergonha’ ao pensar em nos queixarmos.”

A maioria das histórias foram inéditas para mim, sendo duas as mais marcantes: a de Margareth Blaarer e de Phillipine De Luns. Para Margareth eu já dediquei um texto, tão logo eu li seu relato me prestei a saber mais sobre a sua vida e como fui abençoada até pelos registros de como a mesma terminou. Quanto a Phillipine, com certeza foi o capítulo mais difícil de ler, seu martírio foi algo inimaginável. Porém sua fé, coragem e perseverança, com certeza ficarão ainda mais profundamente marcados no coração daqueles que tiverem contato com a sua história.

Esse é o tipo de livro que inevitavelmente me levará direto para outros livros, portanto, uma pequena porta que me deu acesso a um jardim tão amplo, belo e florido com as mesmas flores, tenho a sensação, descritas na obra do C.S Lewis “O Grande Divórcio”, flores verdadeiras. Foi uma benção ter lido.

+INFO Livro: Grandes Mulheres da Reforma, 1901 | Autor: James Isaac Good (1850-1924) | Título original: Famous Women of The Reformed Church | Tradução: Anna Layse Gueiros | Knox Publicações, 2009 | Páginas: 144 | Amazon, Estante Virtual | ★★★★★


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