A Fé de Lutero
A Fé de Lutero

A Fé de Lutero

Você já se perguntou que Fé era essa que Lutero tinha que o levou a fazer tudo que fez?

Sobre a fé de Lutero, Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), escreveu o seguinte:

“Primeiro, no caso de Lutero, a Fé o levou a fazer uma confissão aberta do que ele acreditava. Lutero não queria subir ao Céu pelas escadas dos fundos, como muitos jovens tinham a esperança de fazer. Desejar ser cristão às escondidas, de modo a escapar do escândalo da Cruz. Lutero não se recusou a confessar a Cristo, e tomar a sua própria cruz para segui-Lo. Ele sabia que, já que cria com seu coração, também deveria confessar com sua boca – e ele assim fez, nobremente.

[…]

Ele não era homem de esconder a Verdade de Deus por ser perigoso admiti-la. Tetzel veio com suas preciosas indulgências, com seus livramentos para as almas no ‘purgatório’. Milhares de bons católicos ficaram indignados, mas ninguém abriu a boca sobre o assunto. Lutero chamou Tetzel de ‘servo do Papa e do diabo’, e declarou: ‘Como ele veio entre nós abusando da credulidade do povo, eu não poderia me abster de protestar contra ele, me opondo à sua carreira odiosa’. Sem maquiar suas palavras, nem tentando falar polidamente, Lutero foi contra ele, sem temer as consequências. Ele acreditava nas bênçãos da Graça, ‘sem dinheiro e sem preço’, e não escondeu suas certezas! […] Nenhum filho de Deus deveria almejar a aprovação do mundo. Certamente, Lutero não o fez.

[…]

A próxima coisa a se ressaltar foi a intensa atividade da Fé de Lutero. Ele não acreditava que Deus estivesse fazendo seu trabalho, para que pudesse permanecer ocioso. Nem mesmo por um momento! […] Como ele trabalhou! Seja por meio da pena, por palavras faladas, ou com sua mão! Ele foi enérgico, de modo quase inacreditável. Ele, sozinho, trabalhava com vários homens. Lutero fez obras que teriam sido tributadas à força de centenas de pessoas mais modestas. Ele trabalhou como se tudo dependesse da sua própria atividade e, em seguida, caiu de volta na santa confiança em Deus, como se ele nada tivesse feito! Este é o tipo de Fé que salva um homem, tanto nesta vida quanto na que está por vir…

A fé de Lutero abundava na oração. Ó, que súplicas eram! Aqueles que as ouviram nos relatam de suas lágrimas, de sua luta, e de seus santos argumentos. Ele entrava em seus aposentos, com o coração pesaroso, e permanecia lá por uma ou duas horas, e, depois, saía cantando: ‘Venci, eu venci’. ‘Ah’, ele disse um dia, ‘eu tenho tanta coisa para fazer hoje que não posso passar por isso tudo sem uma oração de menos de três horas’. […] Ele aumentou sua oração, na medida em que seu trabalho aumentava. Esta é a Fé que salva – a Fé que se apodera de Deus, e prevalece com Ele em súplica privada.

A fé de Lutero foi o que o salvou inteiramente do medo do homem. O duque Jorge estava indo detê-lo. ‘É esse?’, indagou Lutero. ‘Se chovessem duques Jorge, eu iria’. Ele é exortado a não ir a Worms, pois lá estaria em perigo. Se houvessem tanto demônios em Worms quanto haviam telhas nos telhados, lá Lutero estaria! E, de fato, lá ele esteve, como todos sabem, trazendo homens para o Evangelho e para seu Deus. Ele não se indispôs com nenhum homem, mas manteve sua Fé em Deus, pura e sem mistura! Papas, imperadores, doutores, eleitores, eram todos como nada para Lutero quando eles se colocaram contra o Senhor. Que assim seja conosco, também! Sua Fé era tal que o fez arriscar tudo para a Verdade de Deus. Parecia não haver esperança de que pudesse voltar vivo de Worms. Lutero estava certo de que seria queimado como João Huss – e a maravilha é que ele escapou. Sua ousadia o trouxe seguro do perigo! Ele expressou seu pesar de que a coroa dos mártires, provavelmente, não lhe seria entregue, mas tinha Fé de que estava preparado para morrer, pois Jesus estava com ele. Ele, que em tal caso salvou sua vida, deve perdê-la, mas aquele que perde sua vida pelo amor de Cristo, a encontrará na vida eterna.

[…]

Por último, a fé de Lutero foi uma tal que o ajudou em lutas que raramente são citadas. Suponho que nenhum homem teve, em sua alma, maior conflito que Lutero. Ele era um homem de altos e baixos. Às vezes, ele subia ao céu e cantava aleluias. E, então, descia, novamente, para o abismo, com seu miserere. […] O diabo parece ter constantemente o atacado, e Lutero estava constantemente atacando o diabo.”

Fonte: SPURGEON, Charles Haddon. Lutero: A fé que Opera pelo Amor. Sermão nº 1750, 11/11/1883. Projeto Castelo Forte, 2012
Imagem: https://www.elmundo.es/cultura/cine/2017/10/30/59f5fd77ca4741d0088b4649.html


Descubra mais sobre CAFÉ FÉ E LIVROS

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre CAFÉ FÉ E LIVROS

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading