Pare de ser superficial (As Disciplinas Espirituais)
Pare de ser superficial (As Disciplinas Espirituais)

Pare de ser superficial (As Disciplinas Espirituais)

Todo cristão sabe que precisa fugir do pecado que tão de perto nos rodeia. Todos também sabem que precisam buscar a Deus, porque como diz o salmista: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42:1,2) Muitos hoje porém, não sabem como fazer isso.

Ainda no século XX, Richard J. Foster, escreveu essas palavras:

“A superficialidade é a maldição do nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é o principal problema espiritual. A necessidade desesperada de hoje não é a de um número maior de pessoas inteligentes nem de pessoas talentosas, mas de pessoas com profundidade.”

Superficialidade e imediatismo, eis o diagnóstico para a doença espiritual que hoje contamina os crentes do século XXI. Mas como mudar isso? Qual o remédio?

A Graça e um erro fatal

Ninguém pode ter um relacionamento real com Deus senão por meio da própria Graça de Deus.

É Deus que se revela a nós.
É Deus que gera fé em nossos corações.
É Deus que nos mostra como se relacionar com Ele.
E também…

É Deus quem nos convence do pecado.
É Deus quem quebranta os nossos corações gerando arrependimento.
É Deus que nos guia.
É Deus que nos molda.
É Deus que sustenta cada mudança em nós.
Tudo é Deus! E para Deus! E por meio de Deus!

A Salvação da alma por meio do sacrifício de Jesus Cristo é uma dádiva de Deus. Não há nada que uma pessoa possa fazer para se salvar. A Salvação vem do Senhor (Jn 2:9) e deve ser recebida através da Fé. Não podemos alcançar nem merecer a justiça de Deus: isso é uma graça concedida.

Entretanto, isso não quer dizer que nós não precisamos fazer nada em relação a nossa salvação. Embora os esforços humanos para salvação sejam insuficientes e a justiça seja uma obra da graça, é um erro fatal pensar que podemos ficar de braços cruzados em uma ociosidade preguiçosa, achando que afinal “Deus virá a nós e fará tudo”.

Antes de mais nada, essa não é uma postura coerente de quem reconhece que não merecia nada e recebeu tão grande favor. Além de que, o Apostolo Paulo diz: “…desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Fp 2:12,13).

Felizmente, diz Richard J. Foster em seu clássico “Celebração da Disciplina”, existe algo que podemos fazer: “Deus concedeu-nos as disciplinas da vida espiritual como um meio de recebermos sua graça. As disciplinas permitem que nos apresentemos diante de Deus, a fim de que ele possa nos transformar.” (p. 36)

O que são as disciplinas espirituais?

Sobre as disciplinas espirituais, Vanessa Belmonte, em um dos seus artigos escreveu:

“Ao falar de ‘disciplinas’ estamos nos referindo a atividades realizadas ou escolhidas de maneira consciente, com o propósito de nos capacitar para aquilo que não conseguimos fazer por esforço direto. As disciplinas espirituais são atividades desse tipo, especialmente relevantes para o crescimento na vida espiritual. Se por exemplo, como acontece com a maioria das pessoas, descubro que sou incapaz por esforço direto de “abençoar os que me amaldiçoam”, de “orar sem cessar”, de abandonar a ira ou de não olhar com cobiça ou lascívia, então é minha responsabilidade encontrar uma forma de me treinar (sempre sob a graça e a orientação divina) de modo a ser capaz de fazer aquilo que não consigo simplesmente tentando no momento da necessidade.

Ela explica que algumas ordens das escrituras como “Vigiem e orem para que não caiam em tentação” (Mt 26:41); e “Não se aparte da tua boca o livro desta lei… porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” (Js 1:8). São exemplos de como as Escrituras nos instrui sobre certas medidas que precisamos tomar para receber a ajuda espiritual necessária.

Essas “atividades” para Richard J. Foster, como citado acima, são os meios de graça que Deus bondosamente nos concedeu para buscá-lo:

“Deus concedeu-nos as disciplinas da vida espiritual como um meio de recebermos sua graça. As disciplinas permitem que nos apresentemos diante de Deus, a fim de que ele possa nos transformar.”

Portanto, as disciplinas da vida espiritual não nos proporcionam méritos, não se trata do que fazer para ganhar o favor de Deus ou o céu. Mas se trata da total entrega daqueles que sabem que são pecadores nas mãos Daquele que tudo pode fazer.

Algumas disciplinas espirituais são:

Oração
Jejum
Leitura da Palavra
Silêncio
Meditação
Simplicidade
Solicitude
Submissão
Serviço
Confissão
Comunhão
Descanso
Adoração

Por onde começar?

O primeiro passo é entender que as disciplinas espirituais são essenciais para uma vida cristã verdadeira. Se você não está convencido, olhe para a vida do próprio Cristo. Ele é o nosso maior exemplo de uma vida disciplinada. Ele não só viveu, mas nos ensinou sobre a oração, o jejum, a solicitude, o serviço, a submissão etc. Olhe para Cristo e decida sair da superficialidade espiritual.

O segundo passo é começar a praticar as disciplinas, simples assim. Comece a praticá-las, e ser for o seu caso de ter dificuldade por não saber como fazer, comece por buscar conhecimento sobre isso. Como orar? Como jejuar?

Nos meus próximos artigos escreverei sobre cada uma dessas disciplinas: Oração, Jejum e Leitura da Palavra.

Obrigada pela leitura. Se esse texto te abençoou compartilhe com alguém ❤

BÍBLIA SAGRADA: Almeida Corrigida Fiel – ACF (J. Ferreira de Almeida, Trad.) (1994)

BELMONTE, Vanessa. Série Disciplinas Espirituais: #1 Celebração. Medium, 09/05/2020. Disponível em: Série Disciplinas Espirituais: #1 Celebração | by Vanessa Belmonte | Medium

FOSTER, Richard J. Celebração da Disciplina: o caminho do crescimento espiritual, 1978. São Paulo: Vida, 2007.


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