A beleza da Graça

Falar de depressão, crises de ansiedade e pânico actualmente envolve duas questões: ou nos consideram fracos ou nos consideram vacilantes na fé. Pois bem, nem uma nem outra correspondem à verdade. Na verdade, de tantas vozes que estamos vulneráveis a ouvir, as que mais fazem força são estas mentiras que se assemelham a fortes ondas que rebentam nas rochas em dias em que o mar está revolto. Onde não se vê um único raio de sol e ao qual nenhum marinheiro se atreve a navegar.

A mente luta e reluta para que a sanidade se mantenha e a verdade seja trazida à memória. Somos tal e qual náufragos que se agarram desesperadamente a um pedaço de madeira e que de todas as formas tentamos salvar a nós mesmos, indignados porque não sabemos como. Porque não queremos nos entregar à loucura, porque não aceitamos o que vivemos. Porque não aguentamos mais o mar enfurecido.

Porém, aprendi com uma amiga que existe um perigo quando tentamos negar a realidade que vivemos e não aceitamos o que temos de enfrentar. Assim como aprendi que tudo aquilo que enfrentamos, então é quando temos domínio. Então sim, temos à nossa frente apenas um pedaço de madeira para nos agarrarmos, temos um mar revoltado e impiedoso que teima em nos fazer naufragar. Contudo, isso não é suficiente porque quanto mais queremos salvar-nos, mais nos afundamos.

Então ela aparece. Encontra-nos fracos, desolados e indefesos. A Graça – o favor imerecido – compadece-se e compadeceu-se tanto que tomou forma humana. Ela vem e caminha sobre as águas. Estende-nos a mão e mostra que é mais real e inabalável que qualquer porto, farol ou fortaleza. Consigo traz esperança e vida. Os raios de sol aparecem, o mar cessa o seu rugido e somos trazidos para terra. Mostrando que a sua beleza é essa… alcançar, embalar e aconchegar os fracos. Aqueles que, por causa dela, se tornam fortes.


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