Olá a todos. Seguindo nesse quase um diário de leitura, o registro da minha primeira leitura (sim! já penso em reler) do livro Feminilidade Radical da autora Carolyn McCulley. Hoje quero compartilhar dois trechos do terceiro capítulo do livro chamado “É assim que Deus disse…?”. (Se você caiu nesse post do nada, é bom que você volte aos post 1 e post 2 dessa série.)
O título do capítulo é uma referência direta ao diálogo de Eva com a serpente no Jardim do Éden. Na página 94, McCulley diz assim:
“A primeira pergunta na Bíblia vem da Serpente distorcendo a Palavra de Deus. ‘É assim que Deus disse…?’ E a resposta de Eva é acrescentar uma restrição ainda maior ao mandamento de Deus: ‘Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais’ (Gn. 3:2-3) Deus não disse que Adão e Eva não poderiam tocar na árvore, apenas que não deveriam comer dela.”
Pensar no diálogo da mulher com a serpente, mesmo para muitos cristãos pode parecer bobo à princípio. É uma história tão batida essa coisa de jardim do Éden. Imagens de um homem e uma mulher nus em um jardim, ou de uma maça mordida, ou de uma cobra falante são vistas por aí no mundo em tom satírico, desde que nos entendemos por gente. Então como levar isso a sério? Bom, podemos simplesmente escolher desconsiderar isso aqui e passar adiante para uma coisa mais interessante e inteligente, mas é exatamente o que a autora desse livro não fez.
McCulley até esse ponto do livro já provou que é uma mulher capaz, que escreve bem, que sabe do que está falando e, não precisava, não precisava mesmo voltar ao Éden nesse momento. Mas ela faz isso, e por quê? Ela volta ao Éden porque como diz em Gênesis 2:4 “Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus…”. Essa é a nossa origem: FOMOS FEITOS À IMAGEM DE DEUS. E aqui está o nosso problema diário: a serpente distorcendo a Palavra de Deus tenta-nos a todo momento, e a nossa resposta com ações e reações, com hábitos e comportamentos tão arraigados, é acrescentar ou diminuir, moldar ao nosso gosto o que Deus disse. Nas palavras da McCulley: “… precisamos perceber que a Serpente ainda está entre nós, fazendo a mesma pergunta: ‘É assim que Deus disse…’ Você pode completar a frase com as suas próprias tentações e seus pensamentos. Você pode ouvir perguntas sussurrando em seus ouvidos sobre a definição de Deus para a infidelidade, a maternidade, o sexo antes do casamento, a monogamia, o papel de homens e mulheres, o valor de uma esposa, a função de uma família e assim por diante.”
É preciso despertar desse sono profundo! É preciso olhar para o céu e depois para si e lembrar que não fomos nós que criamos a nós mesmos. Há um Criador e tudo o que esse Criador disse é importante. Podemos fazer de nós mesmos nosso deus, podemos fazer dos ídolos desse mundo nossos deuses, mas podemos sim, buscar a verdade; ela não está longe de nós, mas está perto, se fez carne: Jesus Cristo, o Verbo Vivo.
Um privilégio incrível
O outro trecho que eu gostaria de compartilhar e comentar está na página 97, é uma citação do teólogo Wayne Grudem, e vem até de encontro ao que já comentei acima:
Ser à imagem de Deus é um privilégio incrível. Significa ser como Deus e representar Deus. Nenhuma outra criatura, em toda criação, nem mesmo é dito dos anjos poderosos serem feitos à imagem de Deus. Esse é um privilégio dado somente a nós, homens e mulheres.
Qualquer discussão sobre masculinidade e feminilidade na Bíblia deve começar aqui. Toda vez que falamos uns com outros como homens e mulheres, devemos lembrar que a pessoa com quem falamos é uma criatura de Deus que é mais parecida com Deus que qualquer outra no universo, e homens e mulheres compartilham desse status igualmente. Portanto, devemos tratar homens e mulheres com igual dignidade e devemos pensar em homens e mulheres como tendo igual valor.
Nós somos feitos ambos à imagem de Deus, e o somos desde o primeiro dia em que Deus nos criou […] Em nenhum lugar, a Bíblia diz que homens são mais à imagem de Deus do que as mulheres. Homens e mulheres compartilham igualmente o grande privilégio de ser à imagem de Deus.
A Bíblia assim corrige os erros da dominação e superioridade masculinas que surgiram como resultado do pecado e que têm sido vistos em quase todas as culturas na história do mundo. Onde quer os homens sejam vistos como sendo melhores que as mulheres, onde quer que os esposos ajam como “ditadores” egoístas, onde quer, que as esposas sejam proibidas de ter seu próprio trabalho fora de casa, ou de votar, ou de ter propriedades, ou de receber educação, onde quer que as mulheres sejam tratadas como inferiores, onde quer que haja abuso ou violência contra as mulheres, estupro, infanticídio feminino, poligamia ou haréns, a verdade bíblica da igualdade à imagem de Deus está sendo negada. Para todas as sociedades e culturas onde essas coisas acontecem, devemos proclamar que a primeira página da Palavra de Deus carrega um testemunho fundamental e irrefutável contra esses males.
Caso você leu em parte ou pulou a citação do Wayne Grudem acima, peço que volte e a leia na íntegra por favor. Achei um trecho tão interessante e que diz tanto. Infelizmente estamos todos mergulhados em uma cultura, em um sistema, em um humanismo secular… como você quiser chamar, totalmente anti-Deus, anti-Cristo e anti-BemdoSerHumano, essa que é a verdade. A primeira página da Bíblia já contém uma verdade tão fundamental para os seres humanos, que a distorção ou ocultação dela, gera a maior parte do mal que está aí diante de nós diariamente. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos desperte com uma santa sede de busca pela verdade.
+INFO Livro: Feminilidade Radical: Fé feminina em um mundo feminista | Autora: Carolyn McCulley (1963- ) | Publicado originalmente em 2008 | São Paulo: Editora Fiel, 2017 | Tradução: D&D Traduções | 364 páginas
Onde encontrar o livro: Livraria Família Cristã, Editora, Amazon
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