Lendo Sermões: Getsêmani de Charles Spurgeon

Não há um sermão do conhecido como príncipe dos pregadores que eu tenha lido e não tenha ficado boquiaberta com a capacidade que esse homem tinha de expor as Escrituras. “Getsêmani” é mais um que me cortou por dentro, me ferindo e me curando num só golpe.

Pregado numa manhã de domingo, em 8 de fevereiro de 1863, no Tabernáculo Metropolitano, Newington. O sermão é a exposição de um único versículo: Lucas 22:44 “E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.”

Partindo da solidão de Cristo naquele jardim, estando Ele somente com os onze, e escolhendo três e depois se afastando até deles para orar. Spurgeon caminha conosco pela Inexprimível aflição do Salvador, A Tentação de nosso Senhor, Suor Sangrento, A Oração do Salvador e A Prevalência do Salvador. Um sermão belíssimo, que vale a pena ser lido mais de uma vez.

Dois trechos que me chamaram muito atenção foram:

1 – Comentando sobre a aflição misteriosa de Cristo no jardim do Getsêmani e, evidenciando como o Salvador já de antemão conhecia todo o sofrimento que lhe estava reservado, Spurgeon destaca: “Como Tu suportarás ver Teus parentes chorosos e Tua mãe de coração partido aos pés da Tua cruz.” Muitos eu já vi comentarem sobre a aflição de Maria, mãe de Jesus, diante da cruz. A própria escritura diz: “Quanto a você, Maria, uma espada atravessará a sua alma.” (Lucas 2:35 NAA). Porém, é a primeira vez que eu mesma paro para refletir o quão terrível foi para Jesus ver sua mãe ali diante de seu corpo dilacerado.

2 – “Para trás e para frente, três vezes Ele correu como se Ele solicitasse algum auxílio humano.” Citando quem ele chamou de Hart, Spurgeon descreve o total abandono de Jesus naquela hora; depois, com toda intensidade o estranho fenômeno de Jesus ter suado sangue em sua agonia… Todo o seu relato em detalhes sobre aquele momento do Getsêmani que antecedeu a prisão de Jesus, nos ajuda a compreender uma verdade muito importante:

“Nós acreditamos que a expiação foi feita tanto no jardim quanto na cruz; e parece-me que no jardim uma parte da obra de Cristo foi finalizada, completamente finalizada, e esta foi o Seu conflito com Satanás. Eu compreendo que agora, Cristo tem que suportar mais a falta da presença do Seu Pai e os ultrajes do povo e dos filhos dos homens, do que as tentações do maligno. Eu creio que estas foram finalizadas quando ele levantou depois de estar de joelhos em oração, quando Ele elevou-se do chão onde marcou o Seu rosto na terra com gotas de sangue. A tentação de Satanás havia, enfim, terminado, e ele poderia ter dito em relação a esta parte da obra: Está consumado; a cabeça do dragão é esmagada; Eu o venci.”

Como eu já disse é um sermão que vale a pena ser lido com certeza mais de uma vez. Uma leitura que não importando a data que seja feita, será útil para essa tão importante meditação da agonia do nosso Salvador. Jesus se entregou à morte para salvar o seu povo. “Ninguém tem amor maior do que este: de alguém dar a própria vida pelos seus amigos.” (João 15:13 NAA)


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