Tenho em mim uma certa dificuldade de reconhecer Jesus em todos os momentos da minha caminhada. Digo para mim mesma que Sua presença está sempre comigo, mas sinceramente há mais momentos em que me deixo levar pelas circunstâncias do que pela convicção e certeza de que Ele caminha comigo. Tal e qual como se os meus olhos estivessem tapados, completamente cega.
Confesso que me dá um certo desconforto admiti-lo, mas parece que, por vezes, tenho Jesus como um estranho. E estranho é dizê-lo e aperceber-me disso. Tendo em conta que me considero sua discípula e me esforço para que haja sempre uma relação sincera e honesta baseada em fé. Mas, que fé tenho eu vivido? Aquela que é firme e constante ou aquela que apenas é emotiva e superficial?
Com Jesus mantenho as orações e as conversas diárias. Conto tudo o que acontece e o que preciso (como se Ele já não soubesse…). Contudo, não paro um momento para trazer à memória aquilo que me dá esperança. Nomeadamente, as suas doces palavras de amor e certeza que não fui abandonada. De que não estou só.
Por vezes, sinto-me tal e qual como os discípulos no caminho de Emaús, que não conseguiram aperceber-se que quem caminhava e conversava com eles era a mesma pessoa por quem estavam abatidos: Jesus. Abatidos por não se lembrarem dos seus ensinamentos e do que Ele mesmo falava a seu respeito. Com que facilidade nos esquecemos dos seus ensinos? Com que facilidade nos esquecemos das suas promessas? Porque lhes custou tanto a acreditar que o corpo estava desaparecido porque Ele tinha ressuscitado? Ele mesmo já o tinha dito que tal coisa aconteceria. Mas, até que ponto prestamos total atenção às suas palavras?
Chega, então, o momento em que os seus olhos são abertos: no partir do pão! Ou seja, na proximidade. Na relação sincera e profunda de partilha e amizade. No momento da mesa onde há aproximação e fartura para o corpo e para a alma. São nestes momentos particulares que reconhecemos Jesus e os nossos olhos se abrem. Porque Ele mesmo revela-se a nós e, pela convivência, nós já sabemos o que há de particular na nossa relação com Ele.
Assim, quero arrepender-me pela forma como não O reconheço em toda a minha caminhada. Da maneira como me deixo levar pelas circunstâncias… ou por achar que é a vida por si só. Arrependo-me por não insistir mais que Ele governe a casa, que sou eu. Por isso, a partir de hoje, quero reconhecer que Ele caminha comigo vida fora.
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