“Por que falava assim comigo, tão danado? As pedras, eu as sentia dentro do peito, inamovíveis.”
Sérgio Faraco nasceu em 1940, em Alegrete, Rio Grande do Sul. O conto Idolatria, sua estreia na literatura, foi publicado em 1970.
Enredo simples. Pai e filho estão viajando de caminhão para um lugar chamado Nhuporã, quando o veículo, um Chevrolet, atola no barro. O ponto alto, que chama a atenção do leitor, está na linguagem rude, áspera, de extrema ignorância que o pai usa para com o filho e a reação (ou não reação) dessa criança. O menino sente, mas não se ressente e demonstra acima de tudo uma verdadeira idolatria pelo pai.
Um conto que retrata um quadro não muito bonito da nossa casa, pátria. É inevitável refletir. Essa linguagem grosseira, selvagem até, infelizmente faz parte da nossa cultura, da rotina de muitos lares na relação de pais e filhos. De 1970 para cá, algumas coisas não mudaram tanto.
Idolatria também faz parte da seleção “Os cem melhores contos brasileiros do século”, da Editora Objetiva, publicada em 2001. Narrativa sensível, brasileira, que não termina na última linha, mas permanece conosco. Recomendo.
Conto: Idolatria Autor: Sérgio Faraco (1940 - ) Publicado originalmente em 1970 Edição lida: Os cem melhores contos brasileiros do século Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 4/5
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Não conheço o autor e logicamente desconheço o conto,,, às vezes a linguagem rude justifica-se outras é uma forma de esconder a fragilidade do escritor, penso que neste caso será a primeira hipótese
A primeira hipótese com certeza Carlos. Abs!