
O pior livro que eu li em 2016
Li Querida Sue por um acaso. Gosto de romances históricos e o contexto da primeira e segunda guerras mundiais parecia promissor. O livro é bem escrito, sua estrutura é epistolar. A autora intercalou os períodos das duas guerras muito bem, quanto a isso o livro é bom.
Porém vamos a história. Não vou dar muitos detalhes, mas basicamente acompanhamos o romance entre Elspeth e David. Ela escritora poetisa, ele estudante de medicina. O livro começa em 1912 alternando com os fatos do futuro de 1940.
Até o ponto que desconhecemos a existência do “Ian” na vida de Elspeth (esposo dela) a história é razoável, mas a partir da menção desse personagem torna-se intragável. O que a autora fez nesse livro foi relativizar tudo o que ela pôde: casamento, filhos, Deus, a maternidade… nada é definitivo, inteiro, completo… o importante é ser feliz “aqui” e “agora”.
O que me deixou mais desconfortável ao ler esse livro é constatar que ele é um reflexo da mentalidade ocidental atual. Não há valores ou princípios, vale tudo em nome do “amor”, da conquista dos sonhos ou da felicidade, mesmo quando isso é alcançado em detrimento dos outros ou de famílias inteiras. Ainda há um claro discurso feminista em alguns trechos e apelo ao aborto, o que pode até soar redundante. Outra coisa que não simpatizei, foi o excesso de livros e autores citados – a autora não soube usar esse recurso, ficou muito repetitivo.
Para quem já leu – pasme talvez – o meu personagem preferido (ou o melhorzinho) foi o Ian e detestei o final que a autora deu para ele.
Não recomendo a leitura! 😒
Livro: Querida Sue (Letters from Skye, 2013) Autora: Jessica Brockmole São Paulo: Arqueiro, 2014 Páginas: 256 ★★☆☆☆
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