Os 30 não serão os novos 20
“A vida adulta parece começar cada vez mais tarde. A dúvida sobre qual carreira seguir, o alto custo para se manter, a dificuldade em encontrar bons empregos e a condescendência dos pais são fatores que fazem com que os jovens sintam que têm o aval da sociedade para curtir a vida ao máximo e deixar as questões mais importantes para depois. Mas essa entrada atrasada no “mundo real” traz consequências sérias e problemas que nem sempre podem ser revertidos. É comum as pessoas chegarem aos 30 anos sentindo-se atrasadas profissional e afetivamente. Elas olham para trás e se percebem sem rumo, entendendo um tanto tarde que seu tempo foi mal aproveitado. A Dra. Meg Jay mostra em A idade decisiva que é possível prever – e agir para evitar – esse tipo de alienação. A partir de inúmeros estudos e de sua experiência como psicóloga, ela chama atenção para os perigos inerentes a uma postura descompromissada e um futuro não planejado.” – Sinopse
Cheguei a esse livro através do feed de um amigo no Skoob. A capa e o tema me chamaram atenção, e que bom que eu o li 🙂
A sinopse acima descreve bem do que se trata, a fase dos 20 aos 30 anos é o foco. A autora se empenhou a explicar o porquê a fase dos 20 anos importa e como é possível tirar o máximo proveito dela. O livro foi escrito em primeira pessoa pela psicóloga Meg Jay, que discorre sobre o assunto contando suas experiências com os seus pacientes. Um fator importante que deve-se levar em conta ao ler esse livro é que o contexto é a vida nos moldes dos Estados Unidos, e portanto é óbvio que há muita coisa que foge da realidade brasileira.
Por que seus 20 anos importam
O livro é dividido em três partes principais: TRABALHO, AMOR e O CÉREBRO E O CORPO. A autora nos conta o porquê na sua visão é tão importante viver no mundo real nessa faixa etária dos 20 anos, enfatizando que os 30 anos não serão os novos 20 anos: “Uma cultura que considera os 30 anos como os novos 20 nos faz achar que estes últimos não importam.”
Ela traz o conceito de “Capital de Identidade”, que resumidamente é o investimento em nós mesmos – o currículo, diplomas, empregos, notas de provas, como falamos, como resolvemos problemas etc. O jovem não deve ser uma ilha, ele precisa explorar as possibilidades e ter coragem de assumir compromissos ao longo do caminho. Uma vida de oba-oba totalmente descompromissada com tudo, não é legal (ok isso ai eu já sabia).
Meg Jay também explica a importância dos vínculos fracos (pessoas que conhecemos de vista – não parentes e nem amigos) e como essas pessoas podem influenciar substancialmente as nossas vidas. Através dos relatos de um paciente chamado “Ian” ela enfatiza que não decidir é também decidir, para ela é na faixa etária dos 20 anos que tomamos as decisões mais importantes da vida. Logo evitar a tomada de decisões pode tornar a vida bem mais complicada para o jovem. Ela demonstra através de pesquisas (feitas nos Estados Unidos) a tendência dos jovens permanecerem mais tempo solteiros e até evitarem a constituição de família, e como esse tipo de pensamento tem formado um novo conceito de relacionamento que é o de “morar juntos”. A autora argumenta como é equivocado esse novo conceito de relacionamento, segundo ela os jovens acham que “morando juntos” ou em compromissos “descompromissados” serão livres das responsabilidades e problemas da vida adulta, mas muito pelo contrário, essa escolha traz consigo uma bagagem de complicações futuras e muitas pessoas já tem pago um alto preço por isso.
Para mim foi impossível não me identificar com muita coisa descrita no livro, já que pertenço a essa faixa etária. Se o livro fosse composto somente pela primeira parte “TRABALHO” seria cinco estrelas e eu teceria uma série de elogios. Mas olhando de maneira geral achei o livro muito especulativo. A autora nos conta os problemas dos pacientes e depois diz que “tudo se resolveu” e com “a terapia”, sabemos que a vida real não funciona assim. Para mim é mais uma prova de como a psicologia por melhor que seja não pode trazer todas as respostas ou soluções para os anseios do coração humano. Mesmo assim recomendo a leitura, o livro serve como uma espécie de alerta diante do que a cultura vem gritando em nossos ouvidos: “Você é livre!” Que na prática muitas vezes quer dizer: “vai lá, desperdice a sua vida.”
É mais um livro que destaca a importância do tempo e como é importante viver com sabedoria. Não se poderá colher amanhã algo que não foi plantado hoje.
“Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra.” (Salmos 119:9)
“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” (Salmos 90:12)
Livro: A Idade Decisiva
Autor: Meg Jay
Editora: Sextante, 2014
Páginas: 240 páginas
Compre: Amazon, Méliuz
★★★★★
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